FOGOTECA: REDE COLABORATIVA DE FOTOGRAFIAS DE CAMPO PARA VALIDAÇÃO DO MAPEAMENTO DE ÁREAS QUEIMADAS POR SATÉLITE
A eficácia de algoritmos de mapeamento de área queimada derivados de sensoriamento remoto depende de rigorosa validação das classificações, de forma a garantir uma confiável representação da realidade, tendo em vista as limitações de resolução espacial do sensor. A validação pode envolver a comparação dos produtos com outros dados de sensoriamento remoto com maior resolução espacial, ou com informações obtidas em campo, para identificar se o mapeamento se aproxima da realidade. No entanto, da mesma forma em que é essencial para manter a qualidade operacional do produto, a validação enfrenta desafios como a disponibilidade de dados.
Atualmente, faltam dados coletados em campo para treinamento e validação de produtos derivados de imagens de satélites. No contexto do Sistema ALARMES, é primordial ter este tipo de informação para o constante refinamento dos alertas gerados com dados de satélite. O custo financeiro associado aos trabalhos de campo que visam obter tais informações é um fator que limita a coleta in situ tanto no contexto geográfico (poucas áreas são monitoradas), quanto no contexto temporal (coletas em intervalos de tempo específicos).
A coleta de imagens de eventos de queimadas/incêndios florestais por agentes que realizam suas atividades diárias em campo é uma excelente oportunidade de suplantar as dificuldades encontradas para validação dos sistemas de alerta de fogo por satélite. Além disso, uma base de dados robusta com informações de campo da ocorrência destes eventos e seus efeitos são cruciais para entender os mecanismos indutores e guiar políticas públicas, por exemplo sobre a efetividade das ações de MIF. Uma base de dados como a Fogoteca também pode ser usada para melhorar a compreensão do regime de fogo de cada região e, assim, apoiar os esforços de planejamento e resposta às emergências.
Existem diferentes maneiras de compilar uma base de dados desta natureza, uma delas é a coleta de fotografias de campo sobre eventos de queimadas/incêndios, durante e após a ocorrência do fogo. O registro dos efeitos na fauna também é de suma importância para estudos ecológicos de restauração e auxilia na recuperação dos ecossistemas pós-incêndio. Outro aspecto importante é o papel da validação na formulação de políticas públicas. Com dados confiáveis, é possível implementar ações preventivas e de controle de incêndios, especialmente em áreas vulneráveis.
Neste contexto, o LASA-UFRJ desenvolveu a Fogoteca, uma ferramenta colaborativa do Sistema ALARMES que permite a qualquer usuário autenticado inserir registros fotográficos georreferenciados obtidos em campo durante suas atividades.
A Fogoteca é uma ferramenta de coleta de fotografias capturadas em campo de queimas prescritas, queimadas, incêndios florestais e seus impactos sobre a fauna e flora com o objetivo de criar uma banco de dados para a validação do mapeamento e classificação de diversos produtos de área queimada, inclusive do produto de área queimada disponíveis dentro da plataforma ALARMES. A partir das coordenadas geográficas (latitude e longitude) e da data do registro, as fotografias são georreferenciadas dentro de um banco de dados interno e que está disponível na ferramenta do WebGIS (Análise da situação – Área queimada), sobrepondo às cicatrizes de área queimada existentes. Informações adicionais, como origem, tipo e descrição do evento também são obrigatórias para compor o banco de dados fotográfico. Em vista da sua grande importância técnico-científica, a Fogoteca ALARMES deve ser amplamente divulgada nos meios de comunicação que atingem os diferentes públicos para sua utilização.
Para compreender o funcionamento da ferramenta, acesse seu tutorial de navegação.
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